A natureza tem formas belas e fascinantes de nos ensinar sobre proteção. Pense em uma árvore em meio a uma tempestade. Suas raízes profundas a mantêm firme, enquanto seus galhos flexíveis balançam ao sabor do vento. A árvore não resiste ao ponto de se quebrar, mas também não se entrega completamente. Ela encontra o equilíbrio. Talvez, estar protegida seja exatamente isso: encontrar o equilíbrio entre confiar em nossas raízes e permitir que os ventos da vida nos moldem, sem nos destruírem.
Mas estar protegida não é apenas sobre os outros; é também sobre nós. É sobre aprender a criar limites, a dizer não quando necessário e a ouvir a voz interior que sussurra conselhos sábios nos momentos de dúvida. É entender que a proteção não é fraqueza, mas força. Que pedir ajuda não diminui nosso valor, mas nos conecta com a humanidade compartilhada.
A proteção, muitas vezes, se manifesta de forma sutil. Está no olhar atento de alguém que percebe o cansaço escondido por trás de um sorriso. Está nas palavras de encorajamento que recebemos quando pensamos em desistir. E, talvez mais importante, está em nós mesmas, na capacidade de construirmos um espaço seguro dentro de nossos próprios corações. E, no final das contas, estar protegida é também ser proteção. É aprender a ser a calmaria no caos de alguém, o abraço que dissipa o medo, a voz que lembra: Você não está sozinha. Porque, quando protegemos e somos protegidas, criamos um ciclo infinito de amor, cuidado e força que torna a vida mais leve e significativa.
Assim, abraço a ideia de estar protegida como um dos maiores presentes da vida. Não é sobre nunca cair, mas sobre sempre ter algo ou alguém para nos ajudar a levantar. É sobre a certeza de que, mesmo no meio da tempestade, há sempre um raio de sol esperando para nos aquecer. E, mais do que isso, é sobre ser grata por cada momento de segurança, cada gesto de cuidado e cada sorriso que diz, sem palavras: Eu estou aqui.
Saímos de carro sem rumo definido. Não houve grandes discursos nem soluções mágicas para os problemas que eu enfrentava. Mas, enquanto o vento entrava pela janela aberta e as músicas preenchiam o silêncio, senti uma coisa que não sentia havia semanas: calma. Naquele momento, percebi que proteção não era apenas um ato físico, mas um gesto emocional. Minha amiga não precisava resolver meus problemas; sua simples presença me lembrava que eu não precisava enfrentá-los sozinha.
Estar protegida é sentir que há um porto seguro para onde retornar, mesmo que o mar da vida esteja revolto. Lembro-me de um momento particularmente difícil em minha vida adulta. O mundo parecia desabar, uma pilha de responsabilidades me sufocava, e o medo de fracassar era quase insuportável. Foi quando, em uma tarde cinzenta, uma amiga me ligou. Ela não perguntou o que havia de errado; apenas disse que estava passando para me buscar.
Cresci carregando essa memória. A ideia de proteção foi mudando de forma ao longo do tempo, mas a essência permaneceu. No início, vinha dos braços acolhedores da família; mais tarde, ela assumiu formas diferentes: amigos leais, amores sinceros e, por vezes, a simples certeza de que o universo tem seus modos misteriosos de nos guiar.
Lembro-me de minha infância, quando o mundo era imenso e assustador. Eu via sombras que dançavam na parede à noite e imaginava monstros sob a cama. Ainda assim, bastava um abraço de minha mãe para que todos os medos desaparecessem. Seu toque tinha o poder de silenciar minhas inquietações, e sua presença ao meu lado era a garantia de que nada poderia me ferir.
Hoje, vejo estar protegida como um ato de amor. É algo que oferecemos aos outros e recebemos em troca, sem expectativas, apenas pela conexão humana que nos une. É o sorriso encorajador de um estranho, a mensagem inesperada de alguém querido, ou o momento em que decidimos cuidar de nós mesmas com a mesma dedicação que cuidaríamos de alguém que amamos.
Estar protegida é, sobretudo, um lembrete de que somos parte de algo maior. Não estamos sozinhas, mesmo quando parece que estamos. A vida nos dá pessoas, memórias e até momentos de introspecção para construir essa fortaleza invisível que nos ampara nos dias mais difíceis.